terça-feira, 22 de outubro de 2013

Cair da Noite

Cair da noite- Isaac Asimov
Isaac Asimov (1920-1992), nascido na Rússia, foi escritor e bioquímico, um autor de obras de ficção científica. Grande parte das suas obras apresenta uma visão do futuro do Homem e dos muitos problemas que os avanços tecnológicos e a conquista do espaço vieram colocar ao ser humano. Assim, mais do que contar uma história de ficção científica, Asimov pretendia alcançar o leitor através da discussão de temas crucias com que o Homem se depara, usando os seus fantásticos contos. Nas suas histórias integra termos simples e acessíveis que permita o leitor a dinâmica do conto e a sua finalidade.
No livro Cair da Noite, publicado no ano de 1941, o autor faz referência ao Dia do Juízo Final, segundo as Sagradas Escrituras. Neste conto o Homem apresenta-se incapaz de compreender o Universo e toda a sua complexidade. No entanto, ele não se deixa abater por este desconhecimento, por isso a desgraça abaterá sobre ele, mostrando a sua inutilidade e insignificância.
Asimov apresenta-nos um mundo chamado Lagash que orbita à volta de seis sóis e que no ano 2049 ainda não conheceu a escuridão. Nesta história existem duas rivalidades: os cientistas que afirmam não ser possível chegar o dia que não haverá nenhum astro no céu e os Apóstolos de Fogo, uma organização religiosa, que defendem que tal dia chegará e que toda a humanidade será julgada pelas suas más ações. Segundo os apóstolos, cabe aos homens provar aos deuses que merecem viver, evitando assim o juízo final. A dada altura, os cientistas- Athor 77, Siferra 89, Beenay 25 e Sheerin 501-juntamente com o jornalista Theremon 76 tomam consciência de que este dia poderá chegar e que têm de equacionar possíveis soluções. “A fase erguida de Aton brilhava, encarnada, sob a sua luz. “Daqui a pouco menos de quatro horas,” disse ele, “a civilização, tal como nós a entendemos morrerá.” A explicação científica do temido dia fez crescer a disputa entre os dois grupos, pois o que era antes um fato místico passou agora a ser um fato racional, o que nada agradou aos Apóstolos do Fogo.

Todo o desvendar da história, bem como o seu final, é inesperado. Amisov mostra que tudo aquilo que conhecemos pode ser posto em causa a qualquer momento, apercebendo-nos que afinal nada conhecemos. Apesar de todas as rivalidades, valores, crenças e regras dos homens, quando se conhece momentos de desespero, o homem é apenas homem e nada pode fazer perante a sua inutilidade e insignificância. Recomendo vivamente este livro a todos.

Praxe na Universidade dos Açores

Praxe na Universidade dos Açores

A praxe da Universidade dos Açores continua a animar os primeiros dias de aulas dos alunos da academia açoriana, que este ano decorreu entre o dia 28 de Setembro e o dia 12 de Outubro.
A primeira fase da praxe desenrola-se durante 15 dias e é quando se realizam os principais rituais da praxe. Este ano decorreu dentro do recinto académico e no bar Baia dos Anjos, nas Portas do Mar. Toda a comunidade praxante reúne-se na universidade para a recepção do caloiro onde são esclarecidas todas as regras. Os padrinhos e madrinhas devem ajudar os caloiros ao longo da praxe e são criados fortes laços de amizade. Tudo isto tem o objetivo de integrar os novos alunos da universidade através das relações que estabelecem na praxe.
Durante as duas semanas os caloiros passam por vários desafios e tentam-nos superar o melhor possível. Cabe aos veteranos ensinar o verdadeiro sentido deste ritual académico, através de várias provas de grupo e solidariedade com outro. As praxes baseiam-se em brincadeiras, danças, canções, desafios e muitas outras atividades que incentivam a união e o divertimento. Quando os novatos não desempenham o seu papel corretamente é-lhes aplicado um castigo que passa, essencialmente, pela prática de exercícios físicos. Conforme o desempenho do caloiro são-lhe concedidas penas- pena máxima máxima, máxima, média, leve ou levíssima- que cada veterano ache justo dar.
Durante os quinze dias, todos os caloiros têm de estar vestidos a rigor. A comissão de praxe entrega-lhes a tarefa de criar o seu próprio fato conforme o tema destinado. O deste ano foi as várias épocas históricas, e cada curso recebeu uma diferente época.
O batismo é o ritual onde é dado o nome de praxe aos caloiros. O padrinho tem a honra de batizar o seu afilhado e oferece-lhe um sino e uma vela que é acendida no momento do batismo.
O julgamento é a fase final da quinzena e é quando se distribuem os caloiros em grupos conforme as suas penas. Quem recebe pena máxima ou máxima máxima tem um castigo maior que os outros. À noite, são eleitos pela comissão de praxe o rei e a rainha- o caloiro e a caloira mais exemplares que mereçam representar o grupo. Estes são os dois caloiros que, ao longo da praxe, dedicaram-se, estiveram sempre presentes e ajudaram os seus colegas quando precisaram.
É através da praxe que se estabelecem as primeiras amizades dos novos alunos que chegam à Universidade. Uma epata importante na vida académica e que todos os que integram nela dizem recordar para sempre.